30.6.09

Persépolis atualizado

Aproveitando a onda de protestos que quebrou sobre Teerã desde o último dia 12, duas iranianas resolveram fazer uma atualização da história do livro de Marjane Satrapi, Persépolis.

As duas, que vivem exiladas, lançaram o Persépolis 2.0, acrescentando os fatos que vêm acontecendo naquele país desde que o resultado das eleições foi divulgado. A população que não aceitou a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad saiu às ruas e pediu que um novo pleito fosse organizado. O líder religioso supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, diz que não houve fraude e que o povo não tem o direito de protestar.

Enfim, o fato é que a nova versão da história de Persépolis, que no original fala sobre a revolução islâmica de 1979, dá especial atenção a tudo o que está rolando por lá nestes últimos dias.

Vale a pena ler o livro feito em quadrinhos, mas com um texto redondo, cujas ironias são o ponto alto.

Li esta notícia originalmente no Guardian.

Do Flickr do rly72.

29.6.09

Fome zero

Gosto muito de comida mexicana, mas nem sempre consigo matar a minha vontade de burritos e tacos.

Em São Paulo, conheço dois: Tollocos, bom, mas nem tanto, e o El Kabong, este bem melhor, principalmente o chopp artesanal que ajuda a apagar o fogo da comida.

Bom, mas estou falando isso só para compartilhar que descobri no supermercado perto de casa ingredientes da marca Casa Fiesta. Tem tudo para fazer algumas receitas em casa. Experimentei as tortilhas e o molho para burrito. Tudo muito bom. Recomendo.

25.6.09

D.E.P.

Pois é, nunca gostei muito do cara, mas ele tem grande importância para o mundo pop.


Do Flickr do Richard E. Aaron.

24.6.09

Sexo por cachorro-quente

A Folha de S.Paulo publicou nesta semana uma reportagem (aqui para assinantes e aqui um pedaço da matéria na Folha Online) mostrando que meninas se prostituem no Pará a troco de um cachorro-quente. Em várias cidades do Brasil a realidade não é muito diferente - talvez mude só a forma de pagamento.

Outra notícia publicada (aqui) tem tudo a ver com o assunto: dois homens foram absolvidos por terem pago para fazer sexo com adolescentes no Mato Grosso do Sul. Segundo a decisão judicial, culpados são aqueles que iniciam menores na prostituição.

Sempre que se toca no assunto prostituição infantil as causas sociais e econômicas são colocadas como culpadas por terem levado crianças e adolescentes a venderem o corpo. A tecla da conscientização dos pais e responsáveis para evitar que isso aconteça é batida insistentemente por profissionais ouvidos pelas reportagens.

O estranho destas histórias é que ninguém olha para o lado de quem está pagando pelo sexo. Não se fala sobre conscientizar homens e mulheres crescidos para evitar que tais situações aconteçam. Agindo pela vontade sexual, os adultos que se propõem a pagar para fazer sexo com jovens precisavam ser alvos de alguma campanha ou ação mais efetiva para evitar que isso prossiga.

Tudo bem que é aquela velha história do Tostines - é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho -, mas nem por isso deveria ser deixado de lado quando o assunto é prostituição infantil.

23.6.09

Fashion black

Com a lucidez que lhe é peculiar, Pedro Alexandre Sanches escreveu sobre a polêmica cota de modelos negra(o)s no SP Fashion Week.

Vale dar uma olhada.

Aqui.

Beleza virtual

Sempre desconfiei daquela campanha da Dove sobre a real beleza feminina. Não é ruim e tem lá os seus méritos, ainda que pareça um pouco piegas. De qualquer forma, é uma valorização das mulheres "reais", que podem ser vistas na rua. Propagandas com modelos lindas, cheias de retoques de maquiagem ou Photoshop, são comuns e fáceis de serem vistas. Aquelas que estampam as capas de revista também não têm nada de natural. Pode até ser agradável aos olhos, mas qualquer um sabe que tal perfeição não existe.

Enfim, só comentei do assunto por causa deste videocast aí debaixo, muito interessante.



22.6.09

Teerã pintada de verde

Tenho visto com especial interesse tudo o que está acontecendo em Teerã. Desde o dia 12, a população está protestando contra o resultado das eleição, que acreditam terem sido fraudada. Ainda sem muitas informações confiáveis a respeito do que realmente rola por lá, em relação à apuração e como foi conduzido o processo eleitoral, é curioso ler as notícias sobre o resultado ter sido divulgado duas horas depois do término da votação. Lá o esquema ainda é com cédulas e, pelo pouco que conheço do país, não deve ter um sistema de transportes e uma logística eficientes ao ponto de chegar ao vencedor em tão pouco tempo.

Enfim, o curioso é que o candidato oposicionista derrotado, Mousavi - que tem twitter e flickr - acabou se tornando uma espécie de queridinho do ocidente. É claro que, aparentemente, ele não é tão louco quanto o presidente reeleito, Mahmoud Ahmadinejad, mas nem por isso é um defensor da democracia e de uma sociedade iraniana mais aberta. Em relação ao atual, Mousavi pode até ser menos mal, mas está longe daquilo que os países "democráticos" consideram ideal.

De qualquer maneira, as demonstrações do povo são incríveis. Numa nação tão fechada como aquela, é interessante ver a população desafiar o poder de um aiatolá e sair às ruas pedindo mudanças. Desafiar o líder supremo é, sem dúvida, sinal dos tempos por lá.

Difícil para quem está do outro lado entender exatamente o que acontece no Irã. Um documentário chamado Cartas ao presidente mostra exatamente a relação de Ahmadinejad com a população. Entre os mais humildes, ele é bastante querido e arrasta multidões por onde passa. Quando o diretor entrevista pessoas da capital, sobretudo universitários, a situação muda radicalmente. Chovem críticas.

Depois de assistir ao filme, fiquei com a sensação de que não consegueria saber se Ahmadinejad era um bom ou mau presidente para os iranianos. Para o mundo, ele já mostrou que não está nem aí para ninguém, graças a declarações bizarras, como negar a existência do holocausto, por exemplo.

Sem entrar no mérito, mesmo porque não estou lá e não vivo o dia a dia, quando manifestações deste tipo acontecem é preciso prestar a atenção, porque quem está falando é o povo.

18.6.09

Igual só que diferente

Pois é. Mudei o layout para ver se ficava mais animado em postar com frequência, mas não adiantou muito.

Talvez, a mudança dependa mais da gente mesmo do que de coisas exteriores, por mais que isso pareça clichê de livro de auto-ajuda.

Agora, ao velho modelo, mas com algumas modificações, espero manter um ritmo aceitável de publicação por aqui.

Pelo menos os dois leitores do blog ficarão animados.

É isso aí.