20.11.06

Queimando a língua

Numa rara, raríssima, extremamente rara, super-hiper-mega-blaster rara (já chega que está ficando chato) exceção assisti a um filme de róliude, e, por mais arrependimento que essa afirmação pode causar, GOSTEI. Não lembrava quanto tempo fazia que não assistia nada vindo dos grandes estúdios estadunidenses (porque americanos somos todos nós).

O filme em questão é (mais uma coisa pra se arrepender) ganhador do Oscar (lê-se como o jogador de basquete e não Óscar) do ano passado: Crash – no limite. Não lembro o nome do diretor e estou com preguiça de pesquisar, mas o filme surpreendentemente é bom. Ele só ganha esse status porque é um filme simples, com um roteiro “óbvio” acerca do preconceito (aqui entenda-se da maneira mais generalizada possível).

O filme é formado por várias pequenas histórias que acabam se cruzando em alguns momentos. Em comum, todos discutem o preconceito contra, principalmente, cor da pele e a etnia das personagens.

Nunca fui àquele país, mas acredito que muito do que está no filme é real. E não é que a dose de “realidade” faça-o ser bom. O que achei bem bacana é a simplicidade do roteiro e de como foi filmado. Não tem nenhuma reviravolta mirabolante previsível e perdida no enredo, muito menos carros que voam ou coisas do gênero.

São histórias sobre pessoas de diferentes classes sociais e etnias, mas que (obviamente) lidam com o preconceito de maneiras distintas. Outro grande mérito é que o filme é carregado de ironia, coisa pouco vista em filmes dos mega estúdios ou pelo menos não entendida para a grande maioria daqueles que assistem aos filmes de lá.

Desta vez eu queimei a língua, mas como coloquei no início é uma em um milhão. . . Estão aí Spielbergs da vida que não me deixam mentir.

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