16.7.09

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Tudo bem que falei mais ou menos do Twitter no post anterior, mas tenho de voltar ao assunto.

Relutei em participar, mas finalmente descobri a serventia de dividir informações que antes eu deixava só para mim. Acho que o grande trunfo do Twitter é exatamente a facilidade em permitir o compartilhamento de coisas com os outros de uma forma muito simples. Claro que muito pode ser feito, vide a campanha de Obama e a situação do Irã depois das eleições de 12 de junho.

A proposta inicial, do que "o que você está fazendo", foi ampliada de modo considerável e a quantidade de informação que circula entre os seguidores é muito maior do que qualquer outra rede de compartilhamento. Estou falando isso de senso comum, porque não tenho nenhuma prova para confirmar a afirmação, mas basta analisar o que você e os outros estão twittando diariamente.

Apesar de muita coisa inútil, como em outras redes, sites e blogs na net, o Twitter, pelo menos até agora, está na frente quando o assunto é a velocidade e a facilidade com que se transmite informações.

15.7.09

Ritmo lento

Estava num ritmo bom por aqui, postando alguma coisa diariamente, mas nos últimos dias estou meio sem tempo.

Sem contar que a entrada no Twitter foi a todo vapor, como vocês podem ver aí ao lado, na seção "Em poucas palavras".

Tem tanto assunto legal para falar, que não consigo escolher um para dizer algo que realmente valha a pena, por isso, este hiato, preenchido com este "post justificativa".

Mas é isso. Os dois leitores podem ficar tranquilos que pretendo retomar o ritmo em breve, inclusive com as atualizações semanais do som, imagem e assunto da semana.

13.7.09

Será que vale a pena?

Da forma como está a relação entre público e o consumo de arte, aquela discussão sobre certos artistas fazerem parte da grande mídia ou ter espaço em certos canais soa extremamente velha.

No entanto, no domingo, acabei assistindo ao MV Bill no programa do Faustão. Aparentemente, o rapper estava ali para falar sobre uma viagem que fez ao Haiti, para ver a situação daquele país. Na sequência, o cantor apresentou uma música que falava sobre corrupção e outras mazelas do Brasil.

A participação de Bill no programa pode ter diversas interpretações. Comparando com outros rappers, ele sempre teve um espaço considerável na chamada grande mídia, sobretudo quando veiculou um documentário de sua produção sobre os meninos do tráfico no Rio de Janeiro.

Não ficou claro qual foi o objetivo da participação do cantor no programa. Fiquei com a sensação de ter sido apenas para preencher espaço ou repetir clichês ad infinitum.

O mais interessante foi ver o Faustão falar no final da música: "taí, MV Bill, um soco na boca do estômago da sociedade brasileira". Juro que não entendi o comentário. Fiquei em dúvida se era sobre a música apresentada ou a questão do Haiti.

Ambos não precisavam ter passado por isso. O MV Bill já está na estrada há algum tempo, tem seus fãs e um espaço consolidado. O apresentador idem. Está na estrada faz anos e, mesmo assim, não consegue esconder como fica desconfortável diante de certas situações.

7.7.09

Rapidinha

Notícia com destaque na home do New York Times sobre as mudanças que a indústria de filmes de sexo sofreu com a internet.

Aqui.

6.7.09

(sem) Conexão

Vi duas coisas que me impressionaram muito neste final de semana: a exposição do Vik Muniz, no Masp, e o filme de Anton Corbijn Control, sobre a vida de Ian Curtis, vocalista do Joy Division.

A exposição teve um efeito que geralmente grandes obras causam em mim: burrice. O trabalho do cara é genial, por uma lista imensa de aspectos. Primeiro, as ideias já valem por si só, já que Vik opta por retratar um universo extremamente variado, com nuances de coisas abstratas e flashes da rotina da vida de alguém numa cidade qualquer. Além disso, a escolha dos materiais é o principal foco do trabalho. As obras surgem de arame, algodão, creme de chocolate (lembra da capa do CD do Tribalistas?), macarrão, computadores velhos, lixo e por aí vai.

Montado o desenho, o artista faz um registro fotográfico daquilo. A exposição do Masp é toda com fotografias, portanto, a obra da obra que está ali diante dos nossos olhos. Aparentemente é um retrato fiel, no entanto, é impossível não pensar na construção e desconstrução do material, uma vez que ele é montado para o registro fotográfico, que é o que pode ser visto pelo público.

Além disso, na definição do próprio, a interpretação do expectador é outra parte de sua obra. Diante das reações de cada pessoa, as fotos ganham outro significado, às vezes diferente daquilo que está exposto, outras apenas uma tomada de consciência do material usado para dar forma a algum desenho.

Não colocarei foto de nenhuma obra porque é impossível escolher a que mais gostei ou que valha o espaço aqui. Quem tiver interesse é só clicar no nome aí em cima ou googar para matar a curiosidade.

Já o filme sobre Ian Curtis é uma das videobiografias mais bacanas que já assisti. Não sou um profundo conhecedor da história da banda, nem do movimento punk que serve de pano de fundo para o seu surgimento, mas ainda assim é possível identificar uma série de influências do que acontecia na época na vida do jovem.

Pelo menos da forma como foi filmado, Ian mostra-se uma pessoa extremamente sensível, com uma capacidade incrível de escrever letras impactantes sobre sentimentos "comuns".

Sabendo da história de sua vida antes de assistir ao filme, pelo menos que ele cometera suicídio aos 23 anos, fica mais fácil de entender o comportamento que adotava diante da banda, do público, da filha, da esposa . . . da vida.

Da forma como tudo aparece na tela, que aparentemente é bem fiel a forma como realmente aconteceu, percebe-se que ele vai definhando aos poucos, mesmo com o sucesso rápido e o futuro promissor que tinha pela frente. O casamento precoce, a paternidade e as constantes crises de epilepsia moldaram uma personalidade única, inquieta, mas com uma grande capacidade de falar sobre os sentimentos.

O argumento para este texto era a conexão que eu havia feito entre o filme e o trabalho do Vik, mas conforme fui escrevendo perdi a certeza e os elos que o justificavam. Ambas as obras me fizeram ter inveja. Não de uma forma ruim - se é que isso existe -, mas no sentido de como existem artistas com a capacidade de transformar as coisas mais simples - seja um sentimento ou pedaço de algodão - em alguma coisa que amplia o significado daquilo e nos faz sentir emoções tão intensas.

3.7.09

Tattoo

Tatuagem é uma coisa estranha. Você faz a primeira, sente uma puta dor, mas fica feliz da vida. Daí, passado algum tempo, ou não, já começa a pensar na segunda, terceira e por aí vai.

Estava pensando estes dias, durante uma sessão de duas horas e meia de agulhas na pele, que esta talvez seja uma das únicas dores voluntárias do ser humano. É claro que há de outros tipos, mas tatuagem é uma coisa sem explicação.

Quem tem e gosta não pensa em parar de fazer. A dor é a parte mais "tranquila" de todo o processo, já que a satisfação de ver o desenho pronto é gigantesca.
Há muitas críticas - sérias, inclusive - sobre o ato de marcar a pele. Existe também um sem número de teorias sociológicas para explicar a situação, das mais importantes às populares e reduzidas ao senso comum.

Independentemente da opinião, o lance é o respeito em todos os sentidos. Aliás, conviver bem com a diversidade é importante em todos os aspectos, não só em relação à tatuagem.

Enfim, a viagem se deve a uma homenagem a primeira tattoo da minha "irmã" Lud, que logo de cara mostrou atitude para mandar ver num desenho que quase fechou as costas.


A foto é minha mesmo, do celular.

1.7.09

Bizarro

Ele não merecia isso.


Tirei do Uol.

Perdendo a cabeça


Pode nem ser tão novidade assim, mas já vi em uma penca de blogs e sites o pessoal falando do The Decapitator. Na verdade, já tinha tomado contato, não lembro como, com o trabalho desse cara há um bom tempo e achei genial.

Ele pega anúncios em diversos formatos e tira a cabeça dos modelos. No lugar, coloca um ossinho e sangue, muito sangue.

Muitas leituras podem ser feitas da ação, crítica à propaganda ou ao padrão de beleza vigentes são apenas algumas das opções.

Vale a pena dar uma olhada no Flickr do cara, linkado ali em cima.

Uma mostra do trabalho, inclusive feito em São Paulo:


Imagens tiradas do Flickr do Decapitator.