8.5.07

Encontro marcado II

(Só para voltar ao fio da meada, o papa ia começar a responder a pergunta sobre o divórcio e o segundo casamento, quando a história foi interrompida. Então voltemos).

Antes da resposta do pontífice, vale abrir um parêntese para explicar a situação em que estávamos no bar, da qual esqueci de detalhar antes. Pelo fato de ter escolhido um botequim para o encontro, Bento XVI fez questão de dispensar o aparato milionário de segurança que o acompanhou durante toda a visita ao país e pediu somente dois seguranças. Para não chamar muita a atenção, ele colocou um jeans, tênis, camiseta e boné. Acreditem se quiser, mas a figura do papa vestido assim ficou bem bizarra.

Sobre a “praga” do divórcio e do segundo casamento, Ele começou explicando que foi mal interpretado e que a tradução para o português não foi muito feliz. Apesar disso, o papa começou o discurso baseado em valores cristãos para explicar os motivos pelos quais criticou a separação e uma nova união de pessoas que foram casadas anteriormente.

Ele explicou que aos olhos da Igreja não existe separação, porque quando o casal é abençoado pelo padre no altar no momento das juras e promessas de amor e companheirismo eternos, a união não pode ser desfeita aos olhos de Deus. Obviamente que a minha carência em formação católica está fazendo para detalhar melhor tudo o que falou sobre isso, mas em resumo a idéia e os argumentos foram esses.

Mesmo com a explicação convincente, a maioria daqueles que estava ali naquela mesa de bar apresentou contra argumentos e a discussão estava travada. A serenidade e seriedade do papa eram incríveis. Ele não mudava de expressão nem mesmo quando alguém fazia um ataque mais forte contra a opinião apresentada.

O assunto continuou até que outra questão polêmica apareceu: a camisinha. Todo mundo já sabia qual era a posição da Igreja diante disso, então a conversa caminhou para um sentido mais de rever os conceitos e não simplesmente explicá-los. Ele afirmou que era praticamente impossível estimular ou ao menos deixar de condenar o uso do preservativo.

Os ensinamentos do catolicismo dizem que o sexo deve ser feito somente para fins de reprodução, daí a camisinha não teria nenhuma serventia. Mesmo o assunto sendo batido, alguém falou sobre a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, e a resposta a mais conhecida do mundo: abstinência.

Apesar dos ânimos exaltados de ambos os lados, a conversa estava caminhando para o final quando um homem vestindo um sobretudo preto aproximou-se da mesa em que estávamos. Do nada, o cara tirou uma arma da cintura e anunciou o assalto, apontando a arma para o papa.

Neste instante, o pontífice foi pegar alguma coisa no bolso. O homem armado se assustou e atirou, atingindo Bento XVI bem no meio da testa. Automaticamente os seguranças agarraram o homem enquanto todos assistiam àquela cena em estado de choque.

Os três continuavam brigando quando ouviu-se mais um tiro.

Continua . . .

Um comentário:

Fernando Shoiti Schatzmann disse...

Você pretende terminar essa história né?