12.2.07

Direitos (des) humanos

Você já foi roubado alguma vez? Não importa se levaram muito ou pouco, mas uma das piores sensações nestes casos é o sentimento de impotência diante do fato. Agora imagine uma situação onde o cara vai roubar uma mulher e ainda a estupra. Eu sinceramente não imagino o quão ruim deve ser para esta mulher, nem fazendo muito esforço para pensar sobre isso.

Para piorar a situação – se é que pode ser ainda pior – esse mesmo cara é foragido de uma penitenciária onde estava cumprindo pena por . . . estupro. Além disso, esse mesmo bom menino ainda é procurado por furto.

Por obra do destino esse mesmo rapaz é pego pela polícia e apanha até se cagar – literalmente. Os policiais só não o mataram por pouco, mas vontade não faltou.

Todos sabem que existem esquadrões da morte dentro das policias e que muitos inocentes morrem de graça. Mas, neste caso, matar é muito ou pouco para esse cara? Sinceramente não sei o que é pior. Sei apenas que as porradas dadas pelos policias não são suficientes para diminuir a dor da mulher atacada. Provavelmente nem a morte seria.

Se tinham o direito de bater? Não. Se é politicamente correto? Não sei. Se o filho da puta que estupra uma mulher e ainda tem coragem de ficar ligando para ela dizendo que foi gostoso e que está apaixonado, merece apanhar até se cagar? Sim.

Sou uma pessoa radicalmente contra qualquer tipo de violência, sobretudo a física. Mas, basta tentar (ainda que seja impossível esse tipo de coisa) se colocar no lugar da vítima para imaginar que umas porradas não são nada perto do trauma que vai ficar para o resto da vida.

Obviamente qualquer defensor dos direitos humanos vai dizer que por pior que seja o crime nada justifica a violência contra o acusado. Mas, será que esse pensamento seria mantido se essa mulher fosse mãe, esposa ou filha deste defensor? Acho difícil.

Por mais conscientes que sejamos em relação às convicções, quando o fato acontece conosco, acho impossível vencer a emoção pela razão.

Essa história do estupro é real, mas não aconteceu com nenhum parente nem conhecido meu, como possa parecer. Porém, serviu para minha imaginação viajar na questão dos direitos humanos.
Concordo que é necessário preservar a integridade física e tudo mais, só que neste caso, o acusado saiu ganhando por tudo o que já deve ter feito na vida.

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