19.2.07

Escolha amor

O título do post não é um trecho de um diálogo no qual a mulher ou o homem diz para o parceiro(a) escolher alguma coisa. A intenção é equiparar as duas coisas: amor e escolha. Obviamente não é nenhuma novidade tentar falar sobre escolhas, muito menos sobre amor, mas depois de assistir Dolls, do Takeshi Kitano, sinto-me na obrigação de dizer alguma coisa, mesmo que não valha nada.

Apesar de ter dito que as sensações e interpretações podem ser precipitadas quando se assisti a um filme pela primeira vez, arrisco escrever algo sobre Dolls. A complexidade do amor já rendeu ótimo frutos, não só no cinema, mas também na música, literatura e por aí vai. Alguns autores conseguem "traduzir" o sentimento com maestria, outros nem tanto, porém, a maioria já fez ou tentou algo neste sentido.

Kitano consegue "explicar" de uma maneira única e impossível de ser entendida completamente por nós, ocidentais, o que é este sentimento. As sutilezas e metáforas presentes no filme são de uma sensibilidade incrível e não tenho certeza de que entendi tudo da maneira como o diretor pensou - se é que ele pensou em algo tão linear ou "explicável" assim. De repente a intenção fosse essa mesmo, deixar o espectador pensar sobre aquilo e chegar a conclusões únicas.

Seguindo a linha de não contar nada do filme, não vou dizer como tudo se passa, porém, a questão da escolha fica explícita em diversos momentos. Não sei se está certo, mas sempre achei que quando se ama de verdade, diferentemente do que a maioria das pessoas dizem, não fazemos concessões, e sim escolhas. Quando você deixa de fazer alguma coisa pela pessoa amada(o), está se escolhendo não fazer. De qualquer maneira é uma escolha.

E o diretor japonês consegue, pelo menos pra mim, demonstrar que essas escolhas - não importa se simples ou as mais complexas possíveis - têm um efeito eterno na vida de quem está envolvido na questão. Só que o grande mérito da película é fazer isso sem encher a tela de diálogos piegas, como muitos filmes ditos românticos fazem - vide as chamadas "comédias românticas" de róliude, principalmente aquelas com a Meg Ryan.

Com a utilização de imagens impressionantes e uma interpretação irretocável dos atores, o filme consegue transmitir a sua mensagem de uma forma bem diferente. Muitos não gostam do cinema japonês pelo fato de ser meio parado, com poucos diálogos em comparação com aquilo que estamos acostumados a ver, mas seria injusto negar a beleza e o talento destes diretores que utilizando "poucos recursos" conseguem fazer filmes ótimos.

Se de fato entendi tudo o que filme queria passar - se é que existe isso - não sei. Mas saí da sala satisfeito por ter visto uma verdadeira aula de sentimentos e efeitos de uma (ou mais) escolhas.

Um comentário:

Unknown disse...

I LOVEEEEE COMÉDIA ROMÂNTICA HAHAHA.