10.10.06

Crime e castigo

Sabe aquelas coisas que você gosta antes mesmo de conhecer? Como aquele livro que não leu, a música nova daquela banda que não escutou ou ainda o filme do diretor mais empolgante do cinema . . . Comigo acontece (u) com o livro Crime e Castigo, de Dostoievski. A obra sempre despertou minha atenção, mas nunca tive a oportunidade de ler. Já havia procurado em sebos e não tinha encontrado. Uma vez achei, mas não tinha dinheiro . . . Hoje, finalmente, as forças convergiram e consegui adquirir uma edição de 1973 pela bagatela de R$ 20 – não há nada melhor do que os sebos!

Estou apenas na página 40, mas já adoro o livro. A leitura, diferente do que pensei, é bem tranqüila, com uma ou outra passagem mais densa. A história realmente prende a atenção desde as primeiras linhas e a narrativa é muito bem construída. A marca de Dostoievski, pelo pouco que sei, é justamente a riqueza na descrição das personagens. A maneira como as angústias, dúvidas e ações são colocadas nos transportam para dentro da história. Mas não de uma maneira simples. O estilo é incrível e faz com que queiramos ler tudo de uma vez.

Já havia assistido ao filme Nina, do Heitor Dhalia, e gostei muito, apesar de não entender completamente, já que ele utiliza o livro como argumento. A personagem de Guta Stresser, mais conhecida como a Bebel da Grande Família, é forte, cruel e tem uma obscuridade muito grande. Assim como a personagem de Myriam Muniz – uma das melhores interpretações que já vi no cinema.

O filme tem uma fotografia escura, deixando o clima bem pesado até o final. Apesar de ter assistido há algum tempo, não tenho certeza se foi em 2004 (ano de lançamento) ou 2005, a cena em que Nina, depois de transar com a personagem de Wagner Moura – que faz um cego – e roubar o dinheiro do rapaz, destrói o apartamento, quebrando os móveis e “detonando” tudo, mantém-se muito viva na minha cabeça. É uma puta cena.

Agora lendo o livro, terei de procurar o filme para assistir novamente. Assim que terminar de ler, posto minhas impressões finais sobre ele. Da maneira como comecei a leitura, tendendo a gostar, vai ser bem difícil mudar de opinião . . . Veremos . . .

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